Expatriados
- Psicólogo Fernando Brito

- 9 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de fev. de 2024
A partir das dinâmicas globais nos campos sociais e econômicos a população mundial passou a migrar por diferentes razões, de forma a "remodelar" as sociedades das nações. Esses movimentos ocorrem constantemente abrangendo a população mundial, e claro não sendo diferente no Brasil. Todos os anos diversas pessoas chegam ao país, como também inúmeras vão buscar outras perspectivas de vida em diferentes localidades.
Com os movimentos migratórios passam-se a notar e discutir com mais frequência a presença de diversas questões e suas consequências nos campos da ordem social, econômica e subjetiva dos indivíduos nos países que costumam ser os destinos mais procurados nesse fluxo.
Mesmo que esse caminho tenha sido positivo nas suas vidas, o cenário migratório proporciona efeitos de ordem subjetiva para os indivíduos que estão expatriados, e podem ser percebidos a partir da presença de diversos elementos, como: saudade, angústia por não estar próximo de entes queridos, segregação, xenofobia, dificuldade de estabelecimento em uma nova cultura devido a costumes, língua e "códigos sociais"; além das incertezas e para algumas pessoas, dificuldade no estabelecimento de vínculos.
Além dos pontos específicos pelo contexto de ser "estrangeiro" nessa nova localidade, as questões da vida cotidiana continuam a coexistir, pois, elementos cotidianos como relações parentais, parcerias amorosas, mercado de trabalho, angústias existenciais, etc., não deixam de estar presentes na vida dos indivíduos e são questões a mais para tratar em um contexto que nem sempre torna-se favorável, sendo crucial o inicio do processo terapêutico.
A psicoterapia ocorre de forma a "tocar" em pontos e assuntos sensíveis relacionados as emoções, sentimentos e a subjetividade dos indivíduos; por esse motivo o elemento do idioma originário é crucial por permitir acessar elementos mais profundos da subjetividade, possibilitando uma maior avanço nas questões abordadas, afinal o inconsciente é estruturado pela linguagem e por isso, apenas por meio da língua materna é possível, muitas vezes, perceber de forma enfática, aprofundar e modificar posições subjetivas, que foram organizadas originalmente nesse idioma e em um contexto de vida diferente do que a pessoa expatriada reside atualmente.



