Formação da Subjetividade

A construção da subjetividade se dá pelas marcas que reverberam em cada individuo a partir das suas experiências e forma como seus atravessamentos são interpretados, ditos, lidos pela estrutura social. Esse laço que conecta os indivíduos é a linguagem e por meio dela, o inconsciente é constituído, nele estão presentes as marcas, os traumas, etc.; que se reverberam na vida, por meio de angústias e/ou comorbidades psicossomáticas.

Quando a sociedade utiliza de mecanismos linguísticos (publicidades, estereótipos, "brincadeiras", formas de falar) para reforçar posições que são convenientes a quem se beneficia delas, os indivíduos que sofrem justamente pelo conteúdo que é transmitido dia a dia, passam muitas vezes a se sentirem presos e com dificuldades de retirar essas amarras, que por adentrarem no campo subjetivo apresentam uma dificuldade maior de serem removidas naturalmente.

Muitas vezes, nem se percebe com tanta facilidade o motivo do sofrimento de tão eficientes que são os mecanismos citados anteriormente. Por isso, o primeiro passo é o instante de ver, ou seja, a identificação do que gera a angustia, afinal, perceber as circunstâncias e as formas como as marcas se repetem é crucial para o processo de autonomia do sujeito.

Marcas de uma relação parental (familiar), podem apresentar-se como repetições nas relações amorosas; circunstancias sociais podem se reproduzir em ambientes e contextos diferentes; além dos diferentes "tipos" de angústia podendo gerar psicossomatização (que são a presença de sintomas físicos ou o próprio adoecimento físico).

Perceber, falar, associar elementos, elaborar e modificar posições subjetivas que são estruturadas por meio das relações intimas e por elementos sociais e geram angústia, são partes importantes do processo terapêutico; se permitir iniciar e persistir no processo são passos cruciais para conquistar autonomia e uma melhor qualidade de vida.