Relações Parentais
- Psicólogo Fernando Brito

- 9 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de mar. de 2024
As relações parentais são constituídas por vínculos familiares na sua compreensão ampla de possibilidades: irmãos avós, tios, primos; com maior destaque para a relação materna e paterna.
A presença ou a ausência desses vínculos geram diversas questões que afetam a formação da subjetividade ou mesmo quando ela já está constituída ocupam um lugar de destaque na vida dos indivíduos, modulando sua forma de ser e estar em relações devido os efeitos das consequências vivenciadas pela parentalidade. Relações conturbadas, abusivas ou simplesmente discordantes, podem estruturar marcas, mágoas e traumas.
Normalmente temos uma maior facilidade em identificar traumas a partir de situações que ocorrem na vida de forma mais "chamativa" como por exemplo, abandonos, violências, vulnerabilidades na infância ou privações socioeconômicas. Porém, na maioria das vezes traumas não significam necessariamente "problemas" ou situações de maior complexidade, pois apresentam-se na formação do inconsciente por circunstâncias que não foram bem interpretadas na infância, afinal esse é o período em que se inicia o processo de formação da subjetividade e por isso normalmente não se consegue obter uma maior profundidade sobre alguns temas.
Dessa forma os traumas se repetem durante a vida de diferentes formas e em variadas relações, afinal quando compreendemos algo como verdade desde a infância esses elementos passam a se reproduzir, sem que percebamos a sua origem, gerando na maioria dos casos angústias, ansiedade, etc.
As relações parentais apresentam uma maior relevância na continuação dos traumas, marcas e etc.; mesmo que sem elementos considerados mais "graves". É muito comum ao período da infância que o inconsciente "processe" diversas informações e atos muitas vezes, não ditos, não explicados, com uma interpretação própria e não necessariamente literal aos fatos da época.
Dessa forma, vários elementos na vida das pessoas marcam, sensibilizam e se repetem em diferentes contextos, compondo a subjetidade dos indivíduos, logo o/a acompanha em relações amorosas, de amizade, no trabalho, etc.
As marcas que se reverberam nas relações podem ser "disparadas" a qualquer momento, afinal são elementos difíceis de serem compreendidos e modificados; até porque sempre foram encarados a vida inteira com um olhar de verdade por parte dos indivíduos. Sem saber da origem dos fatos e como eles aparentemente não tem haver com as relações parentais a percepção dos elementos, as associações que possibilitam reflexões e elaborações e a mudança que tanto é aguardada ficam impossibilitadas.
O processo terapêutico se faz eficiente a partir da utilização do método da associação livre que possibilita, por meio do que é dito em sessão, encontrar o que se "esconde" no inconsciente, o que está nas entrelinhas, os elementos mesmo que sejam a princípio de relações diferentes, mas que se mostram relevantes e contribuem para "montar o quebra cabeça" possibilitando a modificação da posição subjetiva geradora de angustias.



